Os dez mandamentos

1448 AC -16 de Lyar – (Anno Mundi 2448) – Deus envia o Maná
Conforme todo o capítulo 16 de Êxodo, Israel acampou no Deserto de Sim aos quinze dias do mês segundo, Lyar (Abril/Maio), um mês depois de sua saída da terra do Egito. Ali a congregação murmurou contra Moisés e Arão porque já não havia mais comida, ou seja, os pães preparados por ocasião da saída do Egito (Ex 16:2-3). Isto significa que as provisões de Israel duraram trinta dias.

Deus anuncia então a Moisés que enviaria o Maná para que o povo se alimentasse (Ex 16:4) e na manhã seguinte, em 16 de Lyar, portanto, o povo recebeu o Maná que os alimentou por toda a sua jornada pelo deserto, pelos quarenta anos seguintes, cessando apenas quando entraram na Terra Prometida com Josué. (Js 5:11-12)

1448 AC – (Anno Mundi 2448) – os dez mandamentos
Os mandamentos foram entregues a Moisés no Sinai no terceiro mês (Sivan – Maio) após a saída do povo do Egito, de acordo com Ex 19:1: “Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai.”, portanto, no Anno Mundi 2448.

Os mandamentos regulamentam duas coisas básicas: os quatro primeiros, a relação do homem com Deus e os seis seguintes, a relação com o seu próximo.

No tempo da peregrinação de Israel no deserto Deus dará muitos outros mandamentos e leis para governar a conduta do povo, sendo estes, um total de seiscentos e treze.

1447 AC – (Anno Mundi 2449) – o Tabernáculo é levantado
Deus ordenou a Moisés que construísse um Tabernáculo, o santuário onde habitaria no meio de seu povo (Ex 25:8). Ordenou que construísse também uma arca; nela seriam depositadas as tábuas da lei dadas a Moisés (Dt 10:2) e a vara de Arão que florescera (Nm 17:10).

De acordo com Ex 40:16-17: “Moisés fez conforme a tudo o que o Senhor lhe ordenou, assim o fez. Assim, no primeiro mês, no ano segundo, ao primeiro dia do mês foi levantado o Tabernáculo.”

O Tabernáculo foi, portanto, levantado próximo de se completar um ano após o Êxodo, duas semanas antes da celebração da primeira Páscoa fora do Egito, no Anno Mundi 2449.

1447 AC – (Anno Mundi 2449) – a primeira Páscoa fora do Egito
A primeira Páscoa fora do Egito foi celebrada um ano após o Êxodo, no Anno Mundi 2449, conforme Nm 9:1-4: “falou o Senhor a Moisés no deserto de Sinai, no ano segundo da sua saída da terra do Egito, no primeiro mês, dizendo: Celebrem os filhos de Israel a Páscoa a seu tempo determinado. No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos, e segundo todos os seus ritos, a celebrareis. Disse, pois, Moisés aos filhos de Israel que celebrassem a Páscoa.”

1447 AC – (Anno Mundi 2449) – o recenseamento do povo
De acordo com Nm 1:1-3, quinze dias após a celebração da Páscoa, no Anno Mundi 2449, Deus ordenou a Moisés e Arão que contassem entre o povo o número de homens em condições de ir a guerra: “Falou mais o Senhor a Moisés no deserto de Sinai, na tenda da congregação, no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano da sua saída da terra do Egito, dizendo: Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, conforme o número dos nomes de todo o homem, cabeça por cabeça; Da idade de vinte anos para cima, todos os que em Israel podem sair à guerra, a estes contareis segundo os seus exércitos, tu e Arão.”

Foram contados seiscentos e três mil, quinhentos e cinqüenta homens (Nm 1:46), o que sugere que somando as mulheres, homens com menos de vinte anos, crianças e idosos, fossem cerca de dois milhões de pessoas, todo o povo de Israel que saiu do Egito.

1447 AC – (Anno Mundi 2449) – o povo se desloca para o deserto de Parã
Conforme Nm 10:11-12: “aconteceu, no ano segundo, no segundo mês, aos vinte do mês, que a nuvem se alçou de sobre o Tabernáculo da congregação. E os filhos de Israel, segundo a ordem de marcha, partiram do deserto de Sinai; e a nuvem parou no deserto de Parã.” Desta forma, o censo tomou cerca de 20 dias para ser realizado, após o que o povo marchou até o deserto de Parã.

1447 AC – (Anno Mundi 2449) – visita dos espias a Canaã
No deserto de Parã, Deus ordenou a Moisés que escolhesse doze homens, um de cada tribo de Israel, para que estes fossem espiar a terra de Canaã. Foram os escolhidos (Num 13:1-16): “Da tribo de Rúben, Samua, filho de Zacur; Da tribo de Simeão, Safate, filho de Hori; Da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné; Da tribo de Issacar, Jigeal, filho de José; Da tribo de Efraim, Oséias, filho de Num (Josué); Da tribo de Benjamim, Palti, filho de Rafu; Da tribo de Zebulom, Gadiel, filho de Sodi; Da tribo de José, pela tribo de Manassés, Gadi filho de Susi; Da tribo de Dã, Amiel, filho de Gemali; Da tribo de Aser, Setur, filho de Micael; Da tribo de Naftali, Nabi, filho de Vofsi; Da tribo de Gade, Geuel, filho de Maqui.”

Estes deveriam trazer notícias de como era a terra e o povo que nela habitava, se muitos ou poucos, se fortes ou fracos, como eram as cidades, se a terra era fértil ou não, e que trouxessem dos frutos da época.

Estes voltaram de espiar a terra ao fim de quarenta dias e se apresentaram a Moisés e a Arão, e a toda a congregação e deram-lhes notícias e mostraram-lhes o fruto da terra. Entre os doze espias, apenas dois, Oséias, da Tribo de Efraim, a quem Moisés mudará o nome para Josué (Nm 13:16) e Calebe, da Tribo de Judá, trouxeram notícias otimistas: que a terra era mesmo fértil e que era possível conquistá-la com ajuda de Deus. Os demais confirmaram que a terra era muito boa, mas que o povo de lá era poderoso, e as cidades muito fortificadas, de maneira que jamais conseguiriam conquistá-las.

Diante desta posição negativa da maioria dos espias o coração do povo esfriou e todos se revoltaram contra Moisés que os havia tirado da segurança do Egito para enfrentar tais dificuldades. Diziam todos: “Por que o Senhor nos traz a esta terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito?” (Nm 14:3)

Josué e Calebe insistiram com o povo que a terra pela qual passaram a espiar era muito boa e que se Deus se agradasse de Israel, nada teriam a temer. Tamanha era a fúria do povo que quiseram apedrejar Josué e Calebe.

Diante da falta de fé dos Israelitas, Deus condenou toda aquela geração adulta a que não entrasse na terra prometida e para cada dia em que os espias demoraram na terra, um ano passariam naquele deserto, de maneira que Israel permaneceu no deserto por quarenta anos até que toda aquela geração acabasse. Disse o Senhor:

“Porém, quanto a vós, os vossos cadáveres cairão neste deserto. E vossos filhos pastorearão neste deserto quarenta anos, e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que os vossos cadáveres se consumam neste deserto. Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos, e conhecereis o meu afastamento. Eu, o Senhor, falei; assim farei a toda esta má congregação, que se levantou contra mim; neste deserto se consumirão, e aí falecerão”. (Nm 14:32-35)

4 comentários

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4 responses to “Os dez mandamentos

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  2. Henrique

    Boa Noite, Paz!
    Fiz uma pergunta a um tempo atrás sobre o AT mas não achei ela para fazer a próxima pergunta nos comentários da sua resposta. Tinha perguntado qual era a importância para nos cristãos seguir as leis do AT e você me respondeu, salve engano, que não tínhamos que segui-las, ai eu perguntei porque continuam fazendo a Bíblia com o Antigo e com o Novo Testamento se o que nos importa é só o que Jesus ensinou no Novo e você respondeu que o que era importante no AT era a história contada e eu concordo com você neste ponto.
    Hoje eu tive um Debate Saudável com alguns colegas da faculdade que são católicos, e eu argumentei sobre adorar imagens que esta escrito no AT. Mas quando cheguei em casa, me lembrei dessa sua resposta e pensei: se as leis do AT não são válidas para os dias de hoje e sim o que Jesus ensinou, como posso argumentar que os católicos estão pecando por adorar imagens de santos?
    Queria saber a sua opinião sobre isso e sobre o Catolicismo em si. Eles, os católicos, tem a Salvação do jeito deles ou não? Porquê? As práticas deles são pecaminosas?
    Obrigado, Fica com Deus. Aguardo resposta. 🙂

  3. Oi Henrique, como está?
    Só para te relembrar, você fez a pergunta na página SOBRE.

    Sabe que eu tive um grande amigo que foi padre por 13 anos e depois se converteu ao Evangelho, sozinho, lendo a Bíblia. Depois de abandonar o catolicismo foi ordenado pastor batista. Chamava-se Pastor Aníbal Pereira dos Reis; Já ouviu falar dele? Ele tem uma bibliografia imensa, mais de 50 livros publicados sobre catolicismo.

    Como ele era pregador itinerante, eu costumava acompanhá-lo quando ele estava próximo a São Paulo. Tenta achar este livro dele: A MISSA. Vale a pena, como também vale a pena ler a biografia dele no livro ESTE PADRE ESCAPOU DAS GARRAS DO PAPA. Ou vc encontra em sebos ou neste link da Edições Cristãs que tem todos os livros dele:

    http://www.edicoescristas.com.br/catalogo.php?vitrine=60

    Mas veja que este debate que você teve com seus amigos vai se repetir a tua vida toda, então é bom estar cada vez mais preparado para os próximos. A cada debate vai sair melhor do que entrou.

    Faço um comentário desnecessário, mas faço assim mesmo: O catolicismo é uma religião de absurdos. Além de não ter lógica alguma e ser um paganismo medieval repaginado, tem como pior aspecto ser uma religião sem graça, insonsa e cansativa. Eu era católico. Coisa horrível aguentar uma missa. Até entendo o cara ser Hare krishna, por exemplo, que pode fumar maconha e transar com todo mundo, mas católico? Religião cheia de bobagens: Além de anti-cristã, veja quanto disparate: por exemplo, o tanto de mafiosos assassinos, da Máfia, mesmo, que estão sepultados em igrejas na Itália, alguns juntos a sepulcros de papas. Veja o histórico de sangue na inquisiçao absurda da Idade Média, onde não só os crentes verdadeiros em Jesus foram queimados vivos, como também judeus, cientistas e outros pensadores. Pio XII, papa entre 1939 e 1958, era e é conhecido como o papa de Hitler. Nem vale a pena repetir estes exemplos cansativos. Um católico fiel à doutrina católica não tem salvação.

    Tem um adesivo de carro que diz: Tudo por Jesus, nada sem Maria. Já viu isto? Maria é patrimônio nosso, não deles, e ela nunca pretendeu ser nada disto. É uma ofensa à mãe de Jesus ser tratada desta maneira.

    Mas a tua pergunta retorna ao Antigo Testamento: se não temos que cumprir mais as leis instituídas por Moisés, então os dois primeiros mandamentos, que são os mais visíveis dos erros dos católicos, também não precisam ser praticados? O primeiro mandamento é: Não terás outros deuses diante de mim; O segundo: Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás.

    Bem, nós sabemos que Jesus disse que veio cumprir a Lei, não revogar. Desta forma, as leis para com Deus, bem como as que dizem respeito à nossa relação com o próximo, não só não foram revogadas, como também foram agravadas. Foi isto que Jesus fez: não só não revogou, como agravou, como no exemplo do adultério, que no AT dependia de ser consumado, mas no Novo Pacto já é pecado até em pensamento.
    O que foi revogado foi a lei religiosa: não temos o Templo, nem levitas, nem circuncisão, nem dízimo, ou qualquer outra coisa que se refira ao pacto antigo. Com relação à idolatria é a mesma coisa. Há muitas referências a este tema no NT. Numero alguns versículos sobre o assunto:

    1 – “Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos.” (Atos 15 : 20)
    2 – “E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria”. (Atos 17:16)
    3 – “Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?” (Romanos 2 : 22)
    4 – “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas,” (I Coríntios 6 : 9)
    5 – “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.” (I João 5 : 21)

    A questão da idolatria no NT tem uma conotação diferente do AT. Veja que no Antigo Testamento os judeus eram idólatras, que cultuavam e mantinham imagens de divindades pagãs. Mas quando retornam do exílio babilônico, nota-se que foram curados ao menos deste pecado. Conservam todos os outros, mas deste foram curados, ao menos ao que se refere ao culto de imagens, uma vez que o conceito de idolatria no NT foi também agravado, e se refere não só a deuses, mas a muitos outros tipos de idolatria, como ao dinheiro, à beleza, avareza, etc. Veja um exemplo: “Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.” (Efésios 5 : 5)

    Jesus não teve que se referir ao culto de imagens em suas pregações dirigidas aos judeus. Isto já havia ficado no passado. Nenhum judeu praticava mais isto. Mas no mundo gentio o costume prevalecia. Em I Coríntios, por exemplo, Paulo fala da abstinência da carne sacrificada aos ídolos.

    Mas quando você tenta convencer um católico de que ele professa uma religião falsa, apontando a idolatria como pecado, se ele tiver alguma familiaridade com o NT vai dizer justamente que os exemplos acima se referem ao aspecto de sacrificar animais aos ídolos, e justificar que não fazem isto e não são idólatras.

    O católico não entende que tratar Maria, ou os apóstolos como santos, e cultuá-los, seja idolatria. Mesmo que você cite José de Anchieta, por exemplo, que era espanhol, e foi guindasteado ao posto de primeiro santo brasileiro pelo papa João Paulo II, não vai adiantar. O homem, além de jesuíta, era um assassino, conforme se lê em livros católicos, que citam que ele enforcou, com suas próprias mãos, um pregador huguenote na Bahia. O católico vai dizer que não é devoto de Anchieta, mas de São João, ou qualquer outro santo de reputação ilibada.

    São cegos, por isto não conseguem ver. É justamente o que Paulo diz em II Ts 2: 11: “E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira”.

    Quem ama a mentira nunca será esclarecido, por mais que viva. Mas você deve continuar a pregar e debater como tem feito, porque não só no meio católico, como em qualquer outro, há aqueles que não amam a mentira, apenas foram ensinados desta forma, de maneira que ao ouvirem a verdade, uma luz vai acender. Como disse o Fernando Pessoa num poema: “é minha a parte feita; o por fazer é só com Deus”.

    Faz a tua parte. O resto é com o Espírito Santo.